segunda-feira, 5 de março de 2012

Morro de medo de ir ao médico. Minhas pernas ficam bambas, as mãos tremem, eu sinto náuseas, taquicardia, tenho sudorese intensa e... fico retardada. Completamente.

Muitas criaturas têm receio de injeções, exames invasivos, procedimentos minimamente dolorosos e coisas do tipo e são chamadas de medrosas – pejorativamente - injustamente. Afinal, quem é que deveria gostar destas coisas? Mas eu não. Tenho medinho infantil, histeria, só de ir ao consultório. Na última vez que fui à ginecologista, a fiz me ver chorar praticamente. Tenho certeza de que usou de psicologia para acalmar-me quando, voltando a racionalizar, percebi que falávamos sobre o desenho Dragon Ball Z. E não me pergunte como chegamos a este assunto; sequer o conheço direito.

Embora eu tenha uma ligação íntima com os procedimentos hospitalares e ambulatoriais – e por isso meu problema tenha me rendido algumas piadas e incredulidade, inclusive -, a coisa é forte, o bicho é grande. Minha resposta nesta situação é: justamente por isso, sei como funciona a máquina. Além de que, estar do outro lado é completamente diferente. Você explica para o paciente que vai doer nada, que existe tratamento para a doença x, que não é nada e já vai passar... E é isso mesmo. Simples assim. Porque não é contigo.

Toda vez que sinto que devo ir ao médico, começo a passar muito mal. Os amigos têm que me levar pela mão... de preferência mentindo que é para o bar. E noto em suas vozes um tom brando de quem nina um nenê.

Meu comportamento até é cômico, mas não ilógico. Por minha rasa experiência profissional somada à pura e simples matemática, posso concluir que é sim muito provável que alguma coisinha, sendo bem otimista, será detectada no seu exame.

Inflamações, infecções, arritmias cardíacas, hipertensão arterial (já tenho a chamada pré), fungos, tumores, DST’s (algumas sacanas que se compartilham no vaso sanitário), defeitos congênitos, propensão a doenças incuráveis graves, transtornos psicológicos, irritações nojentas de pele, anemias que podem se tornar leucemia adultas no futuro, e provavelmente mais umas quinhentas páginas de opções delas... ali aguardando ansiosas por você. Eu espero sempre pelas malignas, intratáveis, mortais.

Não sei se quem está a escrever aqui é minha fobia ou sou eu, lindinha e querida. Mas sei que a verdade – e isso vale pra tudo – está no equilíbrio e realidade de cada um. Há o que temer... não há? E por quê?

Neste momento vivo esta agonia. Mas tudo vai acabar bem... eu acho. Fato é que não há escapatória. E isso é coisa séria, não se deve rir.

Mas pode rir, se quiser.